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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Um mal misterioso

Faz tempo que não escrevo... Sempre faço milhões de promessas e digo que nunca mais pararei de escrever, visto que, além de ser algo prazeroso para mim, é bom para oficializar os pensamentos. Mas dessa última vez, confesso que parei por opção, pois de alguma forma antecipava de modo intenso demais uma ideia ainda sem força. Muitas vezes, tais ideias me prejudicavam no futuro. As ideias pequenas transformavam o meu olhar. Faziam com que eu visse o que não existia, muitas vezes.

O ser humano sempre foi e sempre será algo profundamente misterioso e interessante de se observar e estudar. É muitíssimo interessante saber seus pensamentos e a maneira como enxergam a vida. A psicologia é algo apaixonante. Há alguns meses estava numa crise existencial, vamos assim dizer. Tristeza, moleza, enjoos, raiva. Sem motivação, estímulo, animação. Queria só ficar sozinha. Estranho para alguém completamente alegre, extrovertida, cheia de vida e energia para dar e vender e principalmente, fã de pessoas.

À noite não tinha vontade de dormir, só queria ficar pensando... Sobre o quê? Juro que não sei. Na verdade sei, pensava sobre tudo e mais um pouco. Só chorava e chorava. Achava até que eu iria desidratar. Pela manhã... Que manhã? Eu não tinha manhã... Só dormia! Às 11h30min só acordava por que tinha que fazer comida para os meus dois irmãos menores e afinal, teria que ir pro curso estudar, afinal, não passei no vestibular ano passado e esse ano precisava estudar, mesmo querendo só ficar em casa deitada na cama, derramando lágrimas sem um motivo exato.

Este ano, foi diferente demais para mim. Muitos dias e noites foram muito tristes. Afastei-me dos amigos, não por vontade, mas por que todos precisavam levar a sua vida de modo distinto fazendo com que não sobrasse tempo para nos ver. Por algum motivo eu estava distante também da minha família. Brigas constantes faziam com que eu ficasse ainda mais só. Sem amigos e família, solidão dupla. Sim, solidão, uma vez que, sem esses dois eu me sentia vazia. Sim, vazia. Ah, eu tinha um namorado... Uma sorte! Mas eu estava tão distante da vida que ficava difícil me reanimar. Sentia-me morta. Morta. Uma morta-viva! E não sentia vontade em querer mudar a situação.

E parece que esse "mal misterioso" anda se espalhando... Muitos chegam pra de mim e comentam sobre como estão se sentindo e dizem estar com os sintomas de que eu estava anteriormente. Uma pessoa, inclusive, falou-me que largou a faculdade... Sabe por que ela largou a faculdade? Largou, pois estava com preguiça de esperar o ônibus. Inacreditável. Cúmulo da morte!

Uma amiga, cheia de vida, energia e alegria no coração veio falar que andava tristonha, gorda, com baixo estima e sem amigos. E ela me fez ficar preocupada, pois disse que foi cobrar do namorado mais atenção e amizade, visto que ela anda sozinha. O que não é tão aconselhável. Digo isso, pois sinto que sobrecarreguei o meu naquela época e isso não foi bom. Me fez sentir muita dependência em quase todas as horas do dia, fez com que eu sentisse a necessidade de falar tudo o que estava fazendo. Fez com que eu esquecesse de mim e concentrasse todas as minhas energias nele. Bom é quando se tem discernimento disso e se resolve dar um basta. Quando você resolve ser você e aprender a ser feliz, mesmo longe dos amigos e da família. Aprender a ser feliz sem depender dos outros. Não é bom que transformemos nosso relacionamento em um fluxo constante de pensamentos negativos e energias ruins, com cobranças e lágrimas o tempo todo, apesar de ser bom conversar sobre tudo e mostrar o que se pensa, embora eu nunca tenha me sentido abandonada por ele. Agradeço por ele ter me ajudado quando precisei, por ter sido pai, amigo, companheiro, conselheiro e palhaço, rs. Enfim, agradeço por todo o amor com que fui acolhida, ninada, acalentada, abraçada e por ter minha face beijada em símbolo de carinho, amizade e confiança.

Mas tudo tem um lado bom. Aproveitei tal momento para ficar um pouco mais quieta, já que tinha preguiça até de conversar. Só fiz observar e observar.

"Uma teoria nasce de um problema a ser solucionado ou da observação de uma coisa simétrica.”

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